
Há alguns dias comecei a pensar sobre onde estou. Porque, é fato, devo estar em algum lugar que não seja o aqui e agora. Tenho me perdido por sonhos (ando sonhando muito!) e, em função disso, acordado mais tarde. Tenho me perdido em imagens e letras na internet, gastando emoções de identificação: "isso tem a minha cara", "aquilo combina comigo", "ah, eu queria tanto aquilo outro..."
O dia nasce, o dia expande, o dia vai fazer naninha... E eu continuo no mesmo lugar, literal e metaforicamente falando.
Quando entro nesse tipo de processo, em seguida - já me conheço - vem um desespero claustrofóbico: eu quero sair daqui, pelamordasanta! Seja lá que "aqui" for. Quero sair desta prisão! Apesar de não ter celas, nem carcereiro e nem sirene avisando o horário de pegar sol.
Quero sair! Quero sair! Quero sair!
Mas sair de onde, criatura??? (isso sou eu perguntando para mim mesma)
Será que é do lugar onde estou? Do corpo que habito? Da vida em que trafego?
Não sei... Até porque olho em volta e o lugar é tão bonito. O corpo, apesar das auto-reclamações femininas, é bem jeitoso. E a vida anda bem tranquila. Dá até pra meditar!
Fico buscando minha Ariadne interior para conseguir um fio que me leve pra fora do labirinto. Talvez deva fazer uma oferenda à Hécate, que cuida das encruzilhadas, pois (não há dúvida) estou em uma. Já conversei com minha Oxum, pois mães sempre dão bons conselhos. Até puxei assunto com meu Ori e olha que ele me respondeu! Mas apesar de tudo isso, continuo neste "efeito esteira", em que eu caminho até cansar e não saio do lugar!
Agora, olho através do vidro da janela e percebo que o sol apareceu, depois de fazer greve a manhã inteira. E lembro que não coloco os pés para fora de casa desde terça-feira, quando coloquei roupa lavada para secar. Quando falo "não saí de casa" quero dizer que estou emparedada há quase 48 horas, quero dizer que não passei pela porta e nem fui até o quintal para sentir o vento, observar as árvores balançando.
Alguém pode me perguntar: mas não faz falta? Sim e não... Faz falta mudar alguma coisa, mas não sinto vontade de sair. Aliás, sinto vontade de que? Acho que quero ir pra "toquinha"... Toquinha é a nossa sala de meditação, nosso templo, onde temos nosso altar e fazemos yoga. Talvez ficar lá até o inverno acabar. Apesar de uma Carta dos Sonhos ter me falado para parar de brigar com a ordem do mundo, eu ainda insisto em não gostar do frio.
Nem muita fome, nem sem fome alguma. Nem com muito sono, nem com insônia. Nem com muita energia e nem enfraquecida. Nem alegre e nem triste. Nem ansiosa e nem deprimida. Acho que estou Nada.
Eu só quero outra coisa... Outra coisa que ainda não consegui definir, mas que com certeza vai me trazer mais alegria. Outra coisa que será capaz de chamar minha atenção o suficiente para que meus olhos voltem a brilhar e minha boca deixe escapar: "uaaaaau! Que demais!" Outra coisa que faça com que meu corpo comece a sentir o formigamento prazeroso, que mostra que ali mora energia pura! Outra coisa que me faça acordar cedo e antes de abrir os olhos eu sorria e pense "vamos! vamos! há tanta coisa divertida para fazer!"
Talvez eu queira a minha infância de volta. Talvez queira só o lado bom das paixões adolescentes. Talvez queira misturar tudo isso com o poder de realizar que veio com a vida adulta e mais um tiquinho da sabedoria que veio me fazer companhia de uns anos pra cá. Talvez eu queira somente que chegue logo o meu aniversário e que o inferno astral se vá e só volte no ano que vem, na mesma hora, mesmo lugar, com novos questionamentos.
O dia nasce, o dia expande, o dia vai fazer naninha... E eu continuo no mesmo lugar, literal e metaforicamente falando.
Quando entro nesse tipo de processo, em seguida - já me conheço - vem um desespero claustrofóbico: eu quero sair daqui, pelamordasanta! Seja lá que "aqui" for. Quero sair desta prisão! Apesar de não ter celas, nem carcereiro e nem sirene avisando o horário de pegar sol.
Quero sair! Quero sair! Quero sair!
Mas sair de onde, criatura??? (isso sou eu perguntando para mim mesma)
Será que é do lugar onde estou? Do corpo que habito? Da vida em que trafego?
Não sei... Até porque olho em volta e o lugar é tão bonito. O corpo, apesar das auto-reclamações femininas, é bem jeitoso. E a vida anda bem tranquila. Dá até pra meditar!
Fico buscando minha Ariadne interior para conseguir um fio que me leve pra fora do labirinto. Talvez deva fazer uma oferenda à Hécate, que cuida das encruzilhadas, pois (não há dúvida) estou em uma. Já conversei com minha Oxum, pois mães sempre dão bons conselhos. Até puxei assunto com meu Ori e olha que ele me respondeu! Mas apesar de tudo isso, continuo neste "efeito esteira", em que eu caminho até cansar e não saio do lugar!
Agora, olho através do vidro da janela e percebo que o sol apareceu, depois de fazer greve a manhã inteira. E lembro que não coloco os pés para fora de casa desde terça-feira, quando coloquei roupa lavada para secar. Quando falo "não saí de casa" quero dizer que estou emparedada há quase 48 horas, quero dizer que não passei pela porta e nem fui até o quintal para sentir o vento, observar as árvores balançando.
Alguém pode me perguntar: mas não faz falta? Sim e não... Faz falta mudar alguma coisa, mas não sinto vontade de sair. Aliás, sinto vontade de que? Acho que quero ir pra "toquinha"... Toquinha é a nossa sala de meditação, nosso templo, onde temos nosso altar e fazemos yoga. Talvez ficar lá até o inverno acabar. Apesar de uma Carta dos Sonhos ter me falado para parar de brigar com a ordem do mundo, eu ainda insisto em não gostar do frio.
Nem muita fome, nem sem fome alguma. Nem com muito sono, nem com insônia. Nem com muita energia e nem enfraquecida. Nem alegre e nem triste. Nem ansiosa e nem deprimida. Acho que estou Nada.
Eu só quero outra coisa... Outra coisa que ainda não consegui definir, mas que com certeza vai me trazer mais alegria. Outra coisa que será capaz de chamar minha atenção o suficiente para que meus olhos voltem a brilhar e minha boca deixe escapar: "uaaaaau! Que demais!" Outra coisa que faça com que meu corpo comece a sentir o formigamento prazeroso, que mostra que ali mora energia pura! Outra coisa que me faça acordar cedo e antes de abrir os olhos eu sorria e pense "vamos! vamos! há tanta coisa divertida para fazer!"
Talvez eu queira a minha infância de volta. Talvez queira só o lado bom das paixões adolescentes. Talvez queira misturar tudo isso com o poder de realizar que veio com a vida adulta e mais um tiquinho da sabedoria que veio me fazer companhia de uns anos pra cá. Talvez eu queira somente que chegue logo o meu aniversário e que o inferno astral se vá e só volte no ano que vem, na mesma hora, mesmo lugar, com novos questionamentos.