Saturday, March 19, 2016

Para diferentonas e diferentões, com amor

O Pitacos está meio abandonadinho tem anos! Mas este é um blog que carrega várias lembranças bacanas, um tipo de diário virtual. Tem imagens, poesias, reflexões, receitas e jardins. Eu gosto.

Tenho escrito bastante no Facebook, mas nos últimos tempos ele parece ser um campo de guerra. E no blog principal, o Via Tarot, apesar de incluir visões particulares sobre vários temas, não gosto de postar questões polêmicas, pelo menos não se elas não estiverem associadas aos temas principais: tarot, oráculos, consultas, amores...

Então, diante de tanto que se debate (e se bate) em relação à política nacional e da inutilidade de tentar apaziguar os ânimos, resolvi vir aqui, no meu cantinho e falar não de questões políticas ou partidárias, mas de como eu sinto e penso em relação à vida, que faz a base de todas as minhas opiniões políticas.

Não gosto de rótulos, nunca gostei. Talvez por nunca ter me encaixado em grupos, conceitos e ideologias. Há sempre em mim um desconforto de representar ou me fazer representar por uma sigla. E todas as vezes anteriores que isso se fez necessário ou que decidi por seguir esse caminho a sensação não foi legal.

Muitas vezes, pessoas tão próximas de mim não compreendem meus processos. Eu considero comer um dos atos mais prazerosos desta vida, mas como pouco, muito pouco e não me mobilizo por comida, muitas vezes até me esqueço de comer por estar envolvida em alguma atividade que me encante. Eu considero a liberdade uma das coisas mais importantes que existem, mas nunca me incomodou estar comprometida com alguém, talvez porque eu me sinta segura em relação a minha própria liberdade. Eu sei que dinheiro é algo fundamental para se viver, mas tenho certeza que um celular mais moderno ou um carro importado não me farão mais feliz. Pra ser sincera, esses são dois itens que não me dizem muita coisa, quase nada. Um telefone que me permita falar com as pessoas que eu amo e tirar umas fotos e um carro que seja econômico e pequeno me agradam bem mais.

Gosto de roupas, mas gosto muito mais de garimpar peças interessantes em um brechó. Sapatos? Dez pares são mais do que suficientes, quase um luxo! E entre um apartamento de acabamento refinado e uma casa mais simples, mas com um belo quintal com frutíferas e canteiros de ervas e flores, sem dúvida eu ficaria com a segunda opção. Meu luxo são livros, Netflix, cristais, vidros com ervas, óleos essenciais e os fitocosméticos que eu mesma faço. Luxo, pra mim, são pequenas antiguidades de família... Caldeirões de cobre, panelas de barro e alguns utilitários de cozinhas, aquelas frescurinhas tão práticas... Luxo é uma playlist daquelas para caminhar e assistir a vida correndo em meio ao céu azul e as flores, que nesta cidade que escolhi pra morar são abundantes.

Não quero um emprego para ganhar fortuna e ficar trancada em um escritório o dia inteiro. Não quero ser famosa, não quero ser pop star. Não quero ganhar tanto que precise me preocupar com dinheiro, quero o suficiente para não precisar pensar nele. Não quero a maior parte das coisas que a maioria ambiciona, mas quero coisas que são muito mais preciosas. Pra mim. Só pra mim.

Sempre me arrepio quando alguém usa palavras aparentemente inofensívas: progresso, sucesso, subir na vida, cidadão de bem... Elas ganharam conotações, no mínimo, duvidosas para mim no decorrer da vida. Acho que poder de compra não é qualidade de vida, mas acho que muitas pessoas deviam ter coisas que antes não tinham. E acho que criticar a elevação do poder de compra de pobres e miseráveis é cômodo, muito cômodo para quem já usufrui dessa vantagem há gerações.

Eu sei que nem tudo que é certo é justo e nem tudo que é justo é certo. Especialmente porque esses são conceitos que mudam de acordo com a época, a cultura e a cabeça de cada um. Mas sei a importância do que é sábio, do que é solidário, do que considera um ser humano mais importante do que qualquer ideologia. Mas sei também que o que chamamos de ser humano ainda tem uma parte muito imatura, muito egoísta, egocêntrica e, de acordo com as últimas evidências, muito pirracenta, muito agressiva. Quando a empatia for talento e dom de todas as pessoas, o mundo se transformará.

Não acredito em mudanças que venham de um governo, de uma religião, de uma ideologia. Acredito na transformação pessoal, individual e na formação, por reverberação, de uma nova geração com uma nova forma de ser e de se relacionar com os outros. Eu acredito que é impossível ser feliz sozinho, não porque seja necessário ter um companheiro ou companheira para ser feliz, mas porque é impossível, pra mim, ser totalmente feliz enquanto eu souber que existem tantas pessoas infelizes no mundo. Eu quero ser feliz junto, quero que as felicidades se motivem e multipliquem, mas pra isso as pessoas precisam entender que felicidade não é limitada nem disputada.

Eu creio, de verdade, que não poderei influenciar o mundo se não faço meu jardim florescer. Não acredito que sou digna de lutar pela paz se faço guerra dentro de casa e com o meu vizinho. Se não posso ser justa e sábia com os mais próximos, como posso cobrar justiça e sabedoria dos outros? Eu peço do mundo o mesmo que ofereço, nem mais, nem menos. Eu rezo por equilíbrio e harmonia todos os dias. Eu vibro amor para todo mundo, até mesmo aqueles que prefiro manter distantes. E sempre que olho para o céu, lembro de pedir misericórdia e não justiça, porque não tenho a pretensão de acreditar que meu coração é leve como uma pluma. Não sou eu que tenho sabedoria o suficiente para julgar. O nome disso é humildade e é um bom exercício diário.

Esperar que um outro ser humano resolva a minha vida, resolva a vida de todas as pessoas é se recusar a sair da infância. Colocar a culpa de todos os erros nos ombros de alguém é estar cego para as suas próprias responsabilidades. Acreditar em heróis? Só se forem os da Marvel e da DC! Menos reclamação e mais ação. Menos guerra e mais amor, por favor. Mais respeito pela opinião alheia, porque é sempre bom só fazer para os outros o que se espera que os outros façam pra nós. E, principalmente, mais silêncio interior para que se possa ouvir a voz da alma e não do ego. Porque ela não costuma mentir.

Sei que não estou sozinha. Sei que existem muitas diferentonas e muitos diferentões como eu por aí... E é pra eles que dedico este texto, com amor, porque se queremos um mundo diferente, temos que começar aceitando e agradecendo nossas esquisitices. Se nascemos em um mundo em relação ao qual não nos adaptamos, é sinal que temos que mudar nossa vida, nossa casa, nosso bairro... Espalhar estrelas por onde passarmos para iluminar o caminho dos outros que ainda vêm.

Sunday, February 09, 2014

Quanto vale uma peça de roupa?


Outro dia eu comentava no FB o meu gosto especial por comprar em brechó. As razões são várias: encontrar roupas de qualidade, bons preços e ter uma atitude sustentável. O consumo consciente é um dos maiores desafios da nossa sociedade, onde pessoas compram por impulso, por carência, por tristeza, por alegria, por não saber o que estão fazendo.

Quando entro em um brechó, preciso estar bem consciente e lúcida em relação ao que estou fazendo. Preciso prestar atenção na roupa (tem algum defeito? algum rasgadinho? faltam botões? está muito desgastada?), preciso olhar muitas para descobrir aquelas que vão, de fato, me atender e me agradar. Bem diferente de entrar em uma loja e olhar só a beleza superficial de cada peça. 

Como eu fiz uma excelente compra em um brechó nessa semana que passou, tenho refletido muito sobre tudo isso nesses dias... Então, ontem eu li um interessante artigo falando sobre a consciência do custo das coisas e o fato (que preferimos esquecer) que roupas muito baratinhas demais normalmente significam trabalho semi-escravo e violação total de direitos humanos. Cá pra nós, até as roupas bem caras também envolvem isso muitas vezes, vide os escândalos da Zara e da Nike.

Então, juntei tudo isso e percebi que sempre fui bastante sensata na hora de comprar roupas. Costumo dizer que não pago determinados valores nem se eu tiver dinheiro sobrando, porque simplesmente acho que não vale. Mas também não quero pagar menos do que o justo ou o lógico. Exemplo: normalmente, quando compro um jeans novo aceito pagar algo em torno de uns 70 ou 80 reais por ele, porque entendo ser um valor justo. Talvez, se eu tivesse mais dinheiro em caixa para gastos com roupas, eu comprasse um jeans de 150 reais, mas eu tenho certeza que, mesmo se tivesse dinheiro sobrando, jamais daria 500 reais em um jeans. Porque, simplesmente, não vale! Agora, a sorte é que já consegui comprar jeans Colcci e Yes, Brazil praticamente novos por 10 reais cada. Viva os brechós! :-)

Por outro lado, comprar blusas novas por 8 reais, vestidos por 15, a não ser que se trate de uma queima de estoque ou algo assim, nos leva a pensar: 1) que a matéria prima é de péssima qualidade 2) que a mão de obra foi praticamente escrava. No primeiro caso, a roupa vai se dissolver em pouco tempo e no segundo caso, nossa consciência também pode ficar em frangalhos, se tivermos um pouquinho (só um pouquinho) de ética e humanidade.

Qual é o valor dar coisas? Como podemos calcular isso e decidir o que é justo e o que não é?

Bem, eu vou passar algumas coisas que eu costumo fazer.

Um bom cálculo a se fazer é: uma roupa comprada pronta deve ter, mais ou menos, o mesmo preço de uma roupa feita em costureira. Por que? Porque em função da quantidade de matéria prima comprada, a roupa pronta deveria ser mais barata, por outro lado, em função do design e dos gastos publicitários essa diferença desaparece ou até pesa um pouco pro outro lado. Aí vem a segunda parte da história... Em uma cidade pequena é possível fazer um vestido bacaninha (sem ser de festa) por uns 25 ou 30 reais de feitio... E mais uns 20 reais de tecido (se tiver a sorte de ser pequeninha como eu...rs). Então, calculo um vestido a 50 reais. Pela minha lógica, um vestido comprado pronto deve ser no mínimo uns 40 reais (se a empresa gastar muito pouco em publicidade) e no máximo uns 70 reais, não mais que isso.

Bem diferente da realidade que vemos por aí, não? rs

Agora, se nós estivermos falando de brechós, tudo muda bastante... E pra melhor!



Vamos lá para o resultado das últimas compras em brechó:

1) Vestido de malha fofo e romântico, praticamente novo: 22 reais 
2) Blusa em perfeitíssimo estado da Adriana Barra (que deve ter custado uns 300 reais): 18 reais e short jeans - mega confortável e com modelagem linda - com detalhe em couro do lado: 18 reais
3) Blusinha básica de malha, com detalhe de nervurinha nas mangas e três botõezinhos pequenos no punho: 12 reais e saia estampada de algodão: 14 reais.

O total foi 84 reais e a dona da loja fez por 80, porque eu sou cliente antiga. :-) Provavelmente, este foi o valor só do vestido quando comprado na loja...

Comprar em brechó é divertido, exige da nossa criatividade e nosso senso de observação, além de ser uma atitude inteligente em termos financeiros e ambientais. Já comprei em brechós "físicos" e em brechós online e posso dizer que meu nível de satisfação com as peças que comprei é de 90% (os 10% ficam por conta de coisas que não temos como experimentar, quando compramos online).

Fica a dica! :-)



Friday, July 26, 2013

Um clássico!


Me lembrei de uma conversa que tive, em tempos de adolescente, com uma senhora muito sábia. Eu estava triste porque percebi que tinha dois tipos de amigos: amigos que sempre eram companheiros, parceiros... e amigos que só eram mega amigos quando estavam sozinhos comigo ou quando precisavam dos meus conselhos (sim, o talento veio de berço...rs). Mas quando o grupo era grande ou quando era para citar alguém publicamente, elogiar qualidades ou na hora de convidar para fazer algo muito legal eu era esquecida. No meu lugar entrava sempre a garota mais bonita, o cara mais influente, etc...

Então a tal senhora sábia me disse "minha filha, estes aí não são seus amigos! Eles são amigos da moda e do poder. Vão querer sempre unir seus nomes ao nome de quem é famoso, poderoso... eles querem amigos-da-moda".

Nunca me esqueci dessa observação! E hoje, tantos anos depois, continuo vendo este tipo de comportamento com uma certa frequência. No entanto, percebi que o mais bacana de nunca ter sido uma "criatura da moda" é que a gente acaba virando um clássico! Hoje, me vejo como um pretinho básico. No momento das pérolas, posso ficar mais chic, no momento sapatilha posso ficar mais confortável. Mas não saio de moda e minha essência e meu comportamento com as pessoas não mudam de acordo com as estações.

Monday, March 25, 2013

A moda e os limites do bom senso


Uma pessoa como eu, que curte o vestir como expressão de ser, que fica fascinada com alguns desfiles do SPFW, que entende que a beleza tem o seu espaço e sua função numa sociedade, não tem como não entrar em conflito como uma série de coisas...

Não vou nem falar da questão do trabalho semi-escravo (coisas que já pipocaram sobre a Zara, sobre a Nike, agora esta reportagem...), porque isso aí é totalmente sem comentários! Não é possível que um pedaço de pano para cobrir o corpo seja mais importante que a vida das pessoas... Mas falo de outros detalhes também, falo da futilidade, da colocação da moda como uma exigência que define se você será considerado ou não, contratado ou não, incluído em grupos sociais ou não... Acho tudo isso muito triste. Quantas pessoas que trabalham com moda têm uma visão mais humana, têm mais bom senso?As meninas da Oficina de Estilo fazem parte desse pequeno grupo e lançaram há pouco tempo o slogan: "substitua consumo por autoestima". Achei brilhante!

Além disso, temos algumas questões ambientais que não devem ficar de lado e, aliás como em vários outros setores, só acontecem por conta de um consumo que está muito além do razoável. Um exemplo disso são os sapatos de couro (sola, inclusive) que impedem o acúmulo de energia estática e são muito mais saudáveis. No entanto, uma coisa seria se cada pessoa tivesse (vamos lá, dar uma colher de chá para mulheres que gostam de variar) seis ou oito pares de sapato... outra coisa são criaturas que possuem 20, 30, 50, 100 pares de sapato! Nem se todo o planeta virasse pasto para gado seria possível calçar a humanidade com sapatos desses. E olha que nem analisei o conceito "crueldade com os animais".

Estamos caminhando para uma situação de total absurdo em termos de consumo de roupas, sapatos e acessórios! Até eu, que sou uma pessoa ponderada, econômica e lúcida em relação ao consumo, tenho consciência de que possuo mais do que deveria. A forma de perceber isso é simples: existem roupas que eu olho toda vez que abro o guarda-roupa ou uma gaveta e penso "não, esta não..." Então, a pergunta que não quer calar: o que ela está fazendo ali?

Outro dia, pela primeira vez na vida, comprei um vestido por puro impulso. Mais de 40 anos de vida e nunca tinha feito isso! Mas foi assim: estava de saco cheio, estava irritada, estava precisando me achar melhor e mais bonita, entrei em uma loja para comprar o que eu precisava (um sutien branco) e saí de lá com um conjunto de calcinha e sutien branco e um vestido preto sexy e lindo! Ok, para um vestido preto, sexy e lindo, o preço nem foi tão absurdo... Mas, além de ter sido mais caro do que um valor que considero justo, a verdade é que eu não o comprei porque estava precisando... Eu comprei aquele vestido porque - o "cachorrão" - ficou lindo no corpo e eu precisava tanto ser mimada...rs

Não sei se a maioria das mulheres compra tanta roupa porque vive irritada ou precisando se sentir mimada, mas eu creio que se isso for assim, temos uma estatística muito negativa sobre o estado emocional feminino, levando-se em conta que isso não costuma acontecer só uma vez em 40 anos. E não vamos falar somente de mulheres, porque os homens também têm suas frescuras, só não costumam envolver o vestuário.

Hoje, eu tenho uma meta em termos de roupas, sapatos e acessórios: o mínimo que seja "o máximo"! Minhas roupas cabem no equivalente a duas portas (pequenas) de armário e cinco gavetas de uma cômoda. Não é muito em relação ao que vejo por aí... Mas quero reduzir 50% do que tenho para depois, com calma, comprar mais uns 10 ou 20%. Desse jeito, ficarei com uns 70% do que tenho hoje, em termos de número de peças, só que com opções de maior qualidade, versatilidade e - o mais importante - uso!

Um hábito que adquiri há alguns anos é comprar roupas em brechós. Primeiro, em São Lourenço, onde morava e agora pela net. Não fiz muitas compras desse tipo até agora (pela net)... Na verdade, foram compras em três brechós: no primeiro, uma bolsa... no segundo, duas bermudas, um vestido e uma blusa... e no terceiro, um blazer. Adorei tudo e achei que valeu muito a pena! Comprei boas marcas, peças de qualidade, semi-novas e por um preço que ficou entre 20% e 50% do preço da peça nova na loja.

Enfim, depois do desabafo, vamos voltar ao trabalho! ;-)

Ótima semana para todos!

Thursday, January 03, 2013

Vamos discutir a relação?

O ser humano é um bicho estranho... Discute por qualquer bobagem o tempo todo! Discute política, o jogo de futebol, as últimas tendências da moda e até o que o vizinho andou fazendo. Mas na hora de discutir a relação, faz caretas e acha absurdo!

Acho que aprendemos a "pensar o pensamento", mas a reflexão sobre os sentimentos sempre fica de lado, como algo menor. Discutir a relação não é despejar cobranças sobre o outro... É conversar juntos sobre os sonhos de cada um e os sonhos em comum. Os casamentos acabam virando sociedades administrativas de bens e filhos, as pessoas esquecem de sonhar (sozinhas e em dupla) e de perceber que o outro pode ser espelho para um crescimento individual e do casal.

Infelizmente, os casais costumam estar lado a lado olhando pra fora e não frente a frente olhando um pro outro... Por isso que costumo falar da importância de olhar, demoradamente, um para o outro, olhos nos olhos. Porque por fora, pode parecer que ali está a "mesma pessoa de sempre", mas não é... Estamos em constante transformação e olhar dentro do outro é descobrir e redescobrir coisas absolutamente novas. Assim como olhar para dentro de si tb.

Na tradição celta, de onde a bruxaria moderna tirou vários ritos, o casamento não era um compromisso "para sempre" e muito menos algo estático, imutável. Ao contrário, era um compromisso de um ano e um dia que o casal firmava. Ao final deste tempo, juntos, reavaliavam os sentimentos, a vida em comum, e decidiam se renovariam os votos.

Ao renovar votos de união, estamos parando para refletir, trocando ideias, expressando nossos sentimentos e ouvindo o outro não somente com os ouvidos, mas com o coração. Se temos paciência e dedicação para construir uma vida profissional próspera e vitoriosa, por que não fazemos o mesmo em relação à vida afetiva? Tudo que tem valor deve ser bem cuidado e isso demanda tempo e atenção.

Conselhos da Dra Love... ;-)

Tuesday, January 01, 2013

Ideias Associadas S/A




Ânsia de vida
Linda, diva
Cansa da lida
Meio... fio
Longo caminho
Sinto, omito, digo
Sonho menino
Longe, afasto
Nervos de aço
Volto, mansinha
Ao berço do espaço
Cósmico abraço
Em mim mesma
Passo.

Friday, July 06, 2012

Parabéns, Frida!!!

Hoje, Frida Kahlo completaria 105 anos.

Observando o seu mapa astrológico natal, descobri que temos vários pontos em comum: a Lua em Touro, Vênus em conjunção com Plutão, Sol e Júpiter juntos também, ela tem ASC em Leão, que é meu signo solar, o signo solar dela é Câncer, onde eu tenho o meu MC. Além disso, acumulamos luminares no mesmo quadrante do mapa, o superior esquerdo, entre as casas 10 e 12. Eu tenho lá seis planetas mais a Roda da Fortuna. Ela tem sete planetas mais a Roda da Fortuna.

Lamentavelmente, não tenho o mesmo talento que ela... Creio que, em troca, me deram a excelente saúde que ela não teve. Ok... Sem reclamações! ;-)

Amor profundo, Frida!







Saturday, June 30, 2012

Dia de São Pedro? Também!

Mas principalmente sexta-feira, sob a regência de Vênus, e dia em que o sócio voltou de viagem. Então resolvemos caprichar na recepção. Além de enfeitar a casa com flores e ervas do jardim e bater um papo com Ganesha, com direito a umas oferendas de frutas e doces e uma velinha untada com óleo essencial de laranja, também teve jantar caprichado.

Então vamos parar de blablablá e vamos direito ao ponto, porque sei que é isso que vocês querem...rs

Desde que aprofundei meus estudos em alimentação saudável, tem ficado muito difícil comer batata. Sim, eu sei... Ela é deliciosa! Purê de batata, batata corada, batata souté e, apesar de evitar fazer fritura, tenho consciência de que batata frita é gostosa também. Só que - preparem-se para a notícia triste - batata inglesa, gente, é amido puro! Ou seja, serve para encher o buchinho, mas não para alimentar. Isso sem falar que a maioria das batatas que encontramos por aí está cheia de agrotóxico. Agradeçam aos fabricantes de pesticida :-( Eles estão fazendo com que comer batata se torne algo muito ruim...

Pois bem... Mas, sem radicalismos, resolvi fazer um caldo-verde e usar um pouco de batata inglesa. Só um pouco? Sim, só um pouco... Metade da receita, porque a outra metade eu fiz com inhame, este sim, bonitão, fortão, super-nutritivo e além de tudo bom para os hormônios daquelas mulheres que, assim como eu, passaram dos... hmmm... 25. ;-)

Então, vamos lá, para vocês enlouquecerem comigo, porque lá venho eu com minhas receitas sem quantidade...rs

Batata inglesa
Inhame
Folhas de manjericão lá do jardim
Água fervente

Cozinhar até ficar macio. Tirar metade e bater no liquidificador. Devolver o creme para a panela, colocar sal e um tico de pimenta do reino moída na hora. Fazer um refogado com alho e azeite e acrescentar. E deixar ferver mais um tempo, colocando mais água.

Couve picadinha

Colocar só no final, um pouco antes de servir, deixar ferver por uns cinco minutos.

Eu fiz uma torradinha pra acompanhar porque o sócio adora mergulhar um pãozinho na sopa (pronto! Dedurei! rs) Mais simples que isso, só comprando pronto: fatiar pão francês, colocar em uma forma, colocar parmesão ralado em cima, um tico de azeite e um tico de orégano. Levar ao forno até derreter.

A sobremesa, no final das contas, foi doce de leite. Mas como eu havia prometido um bolo para o sócio antes dele viajar, resolvi fazer algo diferente. Confesso que fiquei com um pouco de medo, porque eu inventei ainda mais do que de costume, mas para meu espanto ficou maravilhoso! O sócio acabou não resistindo e mesmo depois do doce de leite, foi lá e pegou um teco do bolo.

2 colheres de manteiga + 2 xícaras rasas de açúcar demerara = bater bem
Acrescentar 2 ovos inteiros e misturar.
Aí vem a surpresa: 1 xícara de aveia (bater no liquidificador pra ficar bem fininha) + 1 xícara de farinha de milho (bater também) Misturar.
1 xícara de suco de laranja. Eu também pinguei umas 5 gotinhas de óleo essencial de laranja, mas isso não é necessário.
Baunilha e raspas de casca de laranja
1 colher de sopa de fermento em pó.

Levar ao forno em forma untada e enfarinhada.

Aí veio o detalhe que fez toda a diferença. A cobertura!

Fatiei várias castanhas-do-pará em lascas coloquei para tostar numa frigideira e fui acrescentando açúcar demerara, leite, canela, cardamomo. Creio que assim já se alcança uma boa calda, mas como eu tinha um restinho de leite condensado na geladeira, coloquei esse restinho e um pouco de água... Desenformei o bolo, coloquei no prato, espetei com o garfo toda a sua superfície e fui colocando a calda com as castanhas e arrumando as castanhas, claro... (3 planetas em Virgem!rsrsrs)

Enfim! O Jantar foi maravilhoso! Descobri minha toalha de chita no fundo da gaveta e assim dei um colorido especial. Adoro coloridos. Depois da trabalheira do dia e do vinhozinho, fiquei molenga até!. Mas foi bom... Estava precisando relaxar! ;-)

Tuesday, April 17, 2012

O bolo, o livro e o papo-calcinha

Em meio a tanta correria por conta do lançamento do site Via Tarot, eu ainda consegui tempo, ontem de noite, para fazer um bolo de milho. Ok... Ok... Não foi tanta dedicação assim... É que o sócio comprou várias espigas de milho e as deixou empacotadas. Quando fui lá ver, elas estavam ameaçando estragar! Tive que inventar algo para fazer com elas... Correndo!

Então, encontrei uma receita facílima e deliciosa! Anotem!

Bolo de Milho

Cozinhe 5 espigas de milho e debulhe os grãos (pra quem não é chegado à cozinha, debulhar é tirar os grãozinhos da espiga, ok? rs)

Coloque no liquidificador junto com 3 ovos, 1/2 xícara de leite e 2 colheres de sopa de manteiga
Bata bem...

Então, acrescente: 3 colheres de sopa de farinha de trigo, 1 xícara bem cheia de açúcar (eu coloquei o cristal) e 1 colher de sopa rasa de fermento em pó

Bata por 2 minutos (se estiver muito grosso, vai chacoalhando o liquidificador, com cuidado pra não esparramar tudo pro lado de fora pelamordasanta! Segure embaixo dele com uma mão e em cima, segurando a tampa, com a outra e vai virando, para que as hélices não fiquem presas na massa e não force o motor) Ok... Isso parece uma operação de guerra, mas funciona! ;-)

Depois coloque a massa em uma forma untada e enfarinhada e leve ao forno por, aproximadamente, 45 minutos, em fogo bem baixo, para que o bolo fique mais molinho por dentro.

É fácil e é delicioso! Fica assim, brilhosinho mesmo, parece bolo de vitrine! :-)

Como vocês podem ver, nem deu tempo de tirar a foto com o bolo inteiro, pois ontem eu tirei um tasquinho, para conferir se tinha ficado bom mesmo...



Isto aqui é uma história à parte!

Tem uns dois anos que eu conheci o trabalho da Lena Santana pela internet. Fiquei tão apaixonada, pelas peças e pelo conceito, que comecei a pesquisas várias coisas sobre o trabalho dela. Acabei por adicioná-la no meu Facebook (aqui) e descobri que ela havia lançado um livro no Brasil (ela mora em Londres, ou morava, pelo menos, quando fiz a pesquisa).

Bem, o livro da Lena é tudo de bom, porque mostra que com boa vontade, amor e um básico em termos de técnica de costura, é possível fazer peças lindas! Eu achei o meu na Estante Virtual, aliás, onde venho encontrando algumas preciosidades a preços ainda mais preciosos...rs

Agora estou na fase da correria 2 - preparar as palestras para a Mystic Fair - mas assim que estiver mais tranquila, pretendo começar a usufruir deste livro com um projeto que me encanta: calcinhas! Sim! Calcinhas! Há pouco mais de um ano, fiz uma revolução nas minhas roupas íntimas! Troquei a maior parte das calcinhas de lycra ou cotton que tinha por umas de algodão (100%), artesanais. A artesã é do Rio, mas passava temporadas em São Lourenço, fiquei apaixonada pelas estampas e os detalhes delicados.

Então, qual não foi a minha alegria ao encontrar este projeto no livro:

Gente, a delicadeza (que acho que não dá pra perceber na foto) é que o acabamento dela é feito com viés de cetim! Dá até para suspirar! rs Acho muito charmosa... Vou começar por aí as minhas costurices! ;-)

E agora... Ah, agora vamos encarar o power point pra preparar as palestras! ;-)

Saturday, April 14, 2012

A sociedade dos meus sonhos...


Já entrei em várias discussões sobre existência de sociedades matrifocais no passado, onde os valores femininos não permitiam a existência de guerras, competição e violência. Nessas discussões, as pessoas alegavam que isso nunca existiu, bem como se recusavam a ver a coisa fora do eixo: patriarcal X matriarcal, achando que eu estava admirando e querendo a implantação de uma sociedade em que as mulheres "mandassem".

Como eu tenho por hábito me calar quando não tenho provas documentais sobre algo que estou falando, mas somente (apesar de eu não achar "somente") a minha percepção sobre aquilo, acabava ficando quieta e deixando pra lá. Então é muito bom ler em um livro de uma pessoa que dedicou boa parte da sua vida ao estudo do Sagrado Feminino exatamente o que eu creio que já ocorreu e o que eu gostaria que voltasse a acontecer.

Com vocês, um trecho do livro "Círculos Sagrados", de Mirella Faur:

"Como atestam milhares de estatuetas de mulheres grávidas, amamentando, segurando filhos no colo ou dando à luz, confeccionadas em pedra, argila ou osso e encontradas em vários lugares, desde a Sibéria até Creta, Malta e a atual Espanha, o poder misterioso feminino, que gera a vida em seu corpo, foi o cerne das primeiras experiências religiosas. Nas paredes de grutas, gravações do período Paleolítico (70 a 300 mil anos atrás) reproduzem cenas da vida (mulheres ou animais parindo) e morte (batalhas ou homens caçando). As ossadas, enterradas em posição fetal e tingidas com pigmento vermelho, mostram a crença no renascimento no ventre da Mãe Terra, representado pelas grutas e fendas na terra. Os povos paleolíticos consideravam as grutas como o útero da "mãe dos vivos e dos mortos" e nelas realizavam seus rituais de fertilidade (para propiciar a caça) e ritos de nascimento e morte.

Entre 10000 e 8000 a. C., terminou a última era glacial e as condições climáticas se tornaram propícias para o desenvolvimento das sociedades e culturas neolíticas. Esse período, conhecido também como a Idade da Pedra Polida, é considerado o berço da agricultura, da criação e domesticação de animais e das artes manuais. Como as mulheres eram as responsáveis pela preparação dos alimentos durante o período anterior - da coleta (de raízes, sementes e frutos) - é fácil deduzir que foram elas que deram início à agricultura, ao lançar na terra as sementes dos frutos coletados. Os homens só assumiram um papel preponderante na produção agrícola muito mais tarde, com a introdução do arado manual (e depois pucado por animais) e o cultivo de áreas maiores. A revolução agrícola e a domesticação de animais proporcionaram bases estáveis para o assentamento humano e o desenvolvimento social e cultural das tribos, antes nômades.

Por meio do contato que as mulheres tinham com os seres sobrenaturais e a Deus, elas também recebiam intuitivamente instruções para trasnformar as matérias brutas da Natureza em produtos úteis e mais elaborados. Foi assim que as mulheres "descobriram" como preparar o pão a partir de sementes e grãos silvestres amassados com pedras e como tecer e fiar o linho e a lã dos animais para fazer vestimentas e artigos domésticos. Foram elas que utilizaram o barro, a água e o fogo para modelar potes e vasos, trançaram galhos e cipós, cobertos com argila e cozidos em fornos primitivos, para assim criar a arte da cerâmcia cada vez mais aperfeiçoada. Desse período datam os vasos com seios e olhos, as estatuetas das Mães da colheita e doadoras da fertilidade, bem como os mitos sobre as deusas da Terra, as Tecelãs, senhoras do destino, as Guardiãs das florestas e dos animais, as Protetoras das casa e dos caminhos, as Condutoras dos espíritos (para encarnar e desencarnar), as celebrações dos Mistérios femininos.

Segundo revelam os inúmeros símbolos, animais aliados e representações femininas descobertas e estudadas pela arqueóloga lituana Marija Gimbutas, durante os períodos Paleolítico e Neolítico, a Deusa era reverenciada como a Mãe Doadora, Ceifadora e Renovadora da vida. Conforme atestam as escavações de James Melaart em Catal Hüyuk e Hacilar, na Anatólia, as mulheres detinham um papel importante nas sociedades e na religião, tanto nos territórios que Marija Gimbutas chamou de "Europa Antiga" (no período entre 6500 e 3500 a. C.) como no Oriente Médio.

Em nenhum dos sítios eutopeus e asiáticos foram encontradas evidências de guerras, autoridade patriarcal ou divisão em castas, prevalecendo a simbologia e o culto da Deusa, a paz entre as comunidades e a presença ampla de mulheres nas sociedades. Escavações e os estudos nesses lugares revelam uma profusão de figuras, inscrições, estatuetas e objetos ligados ao culto de uma Deusa Mãe, bem como a existência de comunidades pacíficas e matrifocais (centradas no culto da Mãe, divina e humana). Apesar de serem classificadas como "primitivas", as civilizações do Oriente Médio e do sul da Europa mostravam elevado nível de vida e refinamento artístico, comprovado pelos objetos de uso religiosos ou domésticos encontrados nos cultos milenares das divinddades femininas. Sítios arqueológicos de 7000 anos a. C., na Anatólia, ou mais recentes (3000 anos a. C.)em Creta e Malta, não continham nenhum tipo de fortificação, armas ou objetos bélicos; as cenas das inscrições descreviam sociedades pacíficas e igualitárias, centradas na reverência à vida, à beleza, à arte e ao amor."