Sunday, October 21, 2007

Quantas máscaras teremos que usar para chegar onde tudo começou?

---Quantas camadas devem existir entre a coisa mais parecida com nossa essência e o que mostramos por aí? Sempre que remexo o baú das lembranças, sempre que me disponho a olhar de frente para minha forma de sentir e pensar, fico perplexa!Existem máscaras e máscaras e máscaras sem fim...
---O processo de desarmamento interno é duro, doloroso. O processo de se entregar ao outro, sem medo, sem "plano B" então... nem se fala! Um longo aprendizado!
---Depois da experiência de ontem, do sonhar da madrugada e da leitura de hoje concluo o óbvio: a mudança está sempre em nós. Não há como mudar o outro diretamente. Não temos o direito e nem o poder de mexer no outro, em suas crenças, sentimentos e decisões. Mas podemos olhar para dentro, modificar nossos próprios padrões de comportamento e pensamento. Podemos focar naquilo que queremos para a nossa vida. É verdade, não é lenda: o mundo muda se você muda.
---Acredito mais nisso a cada dia! Não como uma forma de crença aleatória... Acredito porque tenho testado e colhido os resultados. O mundo é misterioso... E ficamos insistindo em receber respostas racionais e lógicas em relação aos processos que nos cercam. Acontece que ainda não conseguimos explicar as nossas próprias ações e emoções, como poderemos explicar algo que sai do nosso corpo-limite?
---O ser humano repete sem parar os caminhos já conhecidos-percorridos. Sua dependência de coisas conhecidas é tão doentia que ele prefere repetir o que traz dor (ao menos é uma dor conhecida) do que arriscar no novo, que pode trazer alegria e contentamento. Que segurança é esta que buscamos?
---Não queremos ser manipulados, mas queremos determinar exatamente de que forma as coisas acontecerão. Não queremos que nos dêem ordens, mas queremos ordenar exatamente o grau de importância de sentimentos, conceitos e outras coisas abstratas para que eles recebam maior ou menor atenção em nossa vida corrida.
---Ao invés de ficar brigando com tudo e todos, prefiro ser a Senhora do meu próprio Reino Interior. Neste lugar eu poderei retirar todas as máscaras, as camadas de mágoas e ressentimentos, as frustrações que tiram o brilho dos olhos, as decepções que nos afastam do amor, a dor que leva à letargia... Então, magicamente, a transformação virá. E haverá um tempo em que não mais saberei onde termina meu Reino e onde começa o mundo (chamado) real. E ao invés disso ter o nome de loucura, insanidade... isto será lucidez... sábia lucidez...

---(Obrigada, Lilia, que tem me mostrado as placas indicativas no caminho da lucidez)

1 comment:

Gilberto Gonçalves said...

Oi, minha filha :
Uma beleza este texto, profundo e honesto, como não poderia deixar de ser, vindo de quem vem.
Na numerologia, chamo, essas máscaras, de colagens, formas de encobrir fraquezas, que não desejamos ver reveladas, em nossa verdadeira personalidade, a persona oficial, que é a máscara da alma.
O cinismo, como colagem para encobrir a timidez, a agressividade para encobrir os medos, os vícios
como fugas para os sofrimentos.
Gostei muito.
Um beijo
Gilberto