
Desde a época em que meio ambiente era algo restrito às aulas de geografia, ecologia era uma palavra inexistente e o conceito de sustentabilidade nem pensava em ser inventado, eu já era uma "defensora da natureza". Hoje, penso na ironia de defendermos a natureza de nós mesmos. No final das contas, não seria necessário que uns poucos defendessem tanto o planeta se os outros muitos não o atacassem em demasia. Mas... por enquanto é assim que a coisa funciona.
Acredito que o que hoje se chama de educação ambiental e faz parte do conteúdo programático de escolas de Ensino Fundamental, é uma mistura de bom senso, boa educação e pouca coisa realmente nova além disso. Minha opinião é reflexo do fato de eu ter aprendido desde cedo, com minha mãe, algumas regrinhas básicas como: não jogar lixo no chão da rua; não quebrar as plantinhas; tratar com respeito todos os seres vivos; só colocar no prato o que vou comer para depois não desperdiçar comida jogando-a no lixo; não deixar a torneira ligada enquanto se escova os dentes; não deixar luzes acesas em cômodos que estão vazios... e por aí vai...
Se pararmos para pensar, acabei de enumerar regras de bom senso e boa educação. O que podemos acrescentar nos dias de hoje a uma cartilha a favor do meio ambiente? Algumas informações mais específicas, como separar o lixo e perceber o que é uma embalagem reciclável, dando preferência a ela, e o que é uma embalagem "puro lixo", como no caso dos saquinhos metalizados que guardam os igualmente não-saudáveis cheetos e outros salgadinhos cheios de glutamato monossódico.
Então, na verdade, quando falamos que a sociedade moderna agride o meio ambiente, podemos concluir que a sociedade moderna é composta, em sua maioria, por pessoas mal educadas e sem um pingo de bom senso. Economizar é uma questão de bom senso! Economizar quer dizer gastar somente o necessário, de uma forma inteligente e lógica.
O maior inimigo da natureza é o mau hábito. Conheço muitas pessoas que respeitam a natureza, compreendem a necessidade de defendê-la, mas não conseguem jogar o lixo reciclável no lugar certo. Estou falando, especificamente, do meu marido :-) Da mesma forma, depois que nos habituamos com a melhor maneira de fazer as coisas, fazer a coisa errada também dói. Quando vou para a casa dos outros e sou obrigada a jogar um "lixo limpinho" numa grande lata com todo o lixo misturado, sinto até um mal estar.
Em todos os empregos por onde passei nos últimos anos, tento sempre implantar alguns bons hábitos, como levar uma caneca de casa para tomar chá ou café, ao invés de usar copos descartáveis. Aos poucos, as pessoas acham a idéia boa, principalmente porque ela representa uma redução de gastos. É claro que nem sempre é fácil, principalmente quando se trata de economizar algo que não é pago, diretamente, por nós. Um bom exemplo é o papel sulfite, artigo de primeira necessidade na secretaria de qualquer escola e que, normalmente, as pessoas pegam usam, rasgam, jogam no lixo, dão para crianças rabiscarem, como se nada fosse... Na escola onde eu trabalho todos já sabem: impresso que não vai ser usado, vira bloco de rascunho para ser escrito do outro lado; criança que vai pra secretaria e quer desenhar, desenha em papel de rascunho; bilhete para colar no caderno das crianças, deve ser feito da forma mais sucinta e bem diagramado para que caibam muitos em cada folha de sulfite. E como a secretaria é o meu reino, dentro do possível, o pessoal respeita...rs

Às vezes, são detalhes pequenos, mas que fazem uma diferença enorme no final do mês. Pensando nisso, andei pesquisando para ver se as empresas (principalmente as públicas, que gastam nosso dinheiro de contribuinte) estão preocupadas em reduzir seus gastos e implantar programas de consumo consciente. Até que achei rapidinho alguma coisa:
E é o Governo de Minas Gerais que está fazendo. Parabéns, colegas do estado! A colega do município aqui agradece ;-)
Aqui um trecho bem simples e prático
ATITUDES QUE FAZEM DIFERENÇA
• COPO DESCARTÁVEL: uso de apenas um copo descartável por período de trabalho, ou substituição deles por caneca ou garrafinha individual.
• BANHEIROS: descargas rápidas; lixo no recipiente adequado e não no vaso sanitário; uso de toalhas de papel de alta absorção (duas são suficientes); torneira fechada ao ensaboar as mãos ou escovar os dentes, abrindo apenas para enxaguar. Redução do tempo do banho.
• COMPUTADOR: monitor desligado no intervalo de almoço. No final do dia: computador e estabilizador desligados.
• ENERGIA: certificação pela última pessoa a sair, do banheiro ou da sala, se não há luzes acesas. Verificação se o ar condicionado ou os ventiladores estão desligados. Usar escadas e não elevador para subir ou descer um andar.
• PAPEL: evitar impressões desnecessárias, revisando arquivos na tela do monitor. Uso do verso dos papéis para anotações e impressões. Guarda de envelopes usados, inclusive aqueles recebidos, para reutilização.
• CARTUCHO DE TINTA: pensar antes de imprimir. Se for necessário, uso preferencial do modo rascunho.
• MATERIAL DE ESCRITÓRIO: Recolhimento de clipes e gominhas para serem reutilizados; uso de toda capacidade de memória de cds e disquetes. Uso cuidadoso de equipamentos para aumentar sua vida útil.
• EMBALAGENS: Recusa de embalagens desnecessárias para evitar geração de resíduo sólido.
Dá pra começar a mudar, né? Ah, vai... Nem é tão difícil! :-)