
-----Se eu sei que sou eu que permito isso? Sim, eu sei! É por isso que tenho a tal síndrome de Thelma e Louise. Quantas vezes tive vontade de largar tudo e todos, pegar um carro e sumir na estrada? Nem precisava cair no abismo! Era só continuar, continuar, continuar... e sumir! Sozinha. Livre. Solta. Sem ter que pular miudinho para não abalar o mau gênio de um, nem bater de frente com o outro, que anda inseguro por causa das notas da escola. Sem ter que aguentar os olhos atentos dos colegas de trabalho. Sem ter que aguentar as funcionárias públicas mal amadas que aguardam pela aposentadoria. Sem aguentar as cobranças da família do ex em relação ao neto. Sem aguentar as "burrocracias" do serviço público que eu preciso aturar em troca de estabilidade e segurança.
-----Acho que fico na esperança de que tudo mude com o tempo. Os geniosos se abrandem. Os irresponsáveis assumam seus deveres. As chatas encontrem o amor. A aposentadoria chegue. O dinheiro faça amizade com direito a amor incondicional. Que eu tenha tempo pra mim mesma (não para o meu trabalho, nem para a minha casa, nem para minha família...pra mim!!!) e possa me dar ao luxo de não fazer nada ou fazer tudo, ou ficar entre uma coisa e outra.
-----Enquanto isso, preciso arrumar um jeito de descansar um pouco, deixar pousado o mundo em algum lugar para depois continuar a jornada. Ou mesmo "passar a bola" (literalmente), porque não quero mais ser carregadora de mundo. Preciso cuidar de mim.