Das vontades

Ando sem vontade de trabalhar...
Ando com vontade de dormir, mas, bem, não consigo
Ando com vontade de escrever, sem saber o que,
Ando querendo criar... um novo abrigo pra me proteger.

Ando querendo tanto fazer algo novo!
Algo bobo, só pra rir...
Ando com vontade de pegar uma trilha
Desgovernada! E que ninguém, nem nada, possa me impedir.

Ando sem vontade de trabalhar...
Pois é. E eu preciso e eu sempre gostei!
Ando com vontade de conversar com amigos imaginários,
Fantasmas dentro do armário e encantados do fundo do mar.

Ah, eu ando...
Sem vontade de trabalhar.

* A imagem, lindíssima, é da Luda, artista plástica super-bacana que conheci, via net, recentemente. Recomendo a visita: http://ludailustra.blogspot.com/

O foco

De volta ao centro...

De volta à raiz de tudo,

De volta a minha própria solidão

Estimada. Querida.

De volta ao olho do furacão...

Meu vento, minhas velas, meu deslizar, minha vida.


Girando para o centro...

Meu umbigo, meu coração, meu íntimo.

Recolhendo cada pétala e o mínimo de cada sonho.

Voltando ao princípio de tudo,

E fechando, suavemente, o abraço morno,

Mergulhando sem reservas em meu próprio mundo.


Voltando ao começo de tudo...

Onde eu parei?

Onde foi mesmo que eu me perdi?

Talvez já me encontrasse perdida,

Já desejasse me perder em novos encontros.

E fechasse meus olhos em desejos brandos.


Onde foi mesmo?

Voltando: ao centro, ao meio, ao começo do plano.